Sites Bloqueados

Lista de sites bloqueados divulgada

Lançamos hoje um novo projecto Revolução dos Bytes: SitesBloqueados.pt é o novo site onde é disponibilizada a lista em tempo real dos sites bloqueados em Portugal. A lista conta com sites não só bloqueados pelo MAPiNET, como também pelo SRIJ.

Cada vez que um site é bloqueado, é nos possível detectar esse bloqueio graças ao Ahoy!. Não podíamos deixar essa informação escondida, e portanto decidimos fazer o serviço público que as entidades que tanto gostam de bloquear sites deveriam fazer: divulgar a lista de sites bloqueados em Portugal.

O site foi lançado em formato Beta, pelo que ainda está bastante embrionário.  Novas funcionalidades serão implementadas à medida do tempo e conforme as sugestões dos nossos utilizadores.

O link é simples, https://sitesbloqueados.pt, por isso partilhem entre todos. Sites Bloqueados

 

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Bloco de Esquerda apresenta proposta para suspensão do Memorando

O Bloco de Esquerda entregou hoje, na Assembleia da República, uma pergunta sobre o bloqueio abusivo que foi feito pela SRIJ assim com um projecto de resolução que recomenda ao Governo a suspensão imediata do Memorando de Entendimento bem como que efectue as alterações necessárias ao Decreto-Lei 66/2015, de 29 de abril.

Foi através do blogue da Paula Simões que soubemos e tivemos acessos aos documentos que o Bloco entregou hoje na Assembleia. São três perguntas essenciais que esperemos ver respondidas em breve:

1- Considera o Ministro da Cultura aceitável o bloqueamento de sites legítimos como o www.carbongames.com?

2- Considera o Ministro da Cultura justificável um mecanismo que permite bloqueamento injustificado de espaços na internet?

3- Vai o Ministro da Cultura, através do IGAC, rescindir o Memorando de Entendimento e alterar o DecretoLei n.º 66/2015, de 29 de abril, face às suas características censórias?

Para além disso, foi apresentada também um projecto de resolução onde é pedido a “extinção imediata do Memorando de Entendimento” e também que “proceda às alterações necessárias ao Decreto-Lei 66/2015, de 29 de abril, para garantir a defesa da liberdade de partilha e acesso a informação.”

Sem dúvida esta é uma excelente notícia para nós e para todos os que estão contra estas medidas de censura que têm vindo a ser aplicadas nos últimos meses. Vamos aguardar novos desenvolvimentos sobre estas propostas, e aguardaremos também as respostas do Governo e do Ministério da Cultura às perguntas impostas pelo BE.

Ver Pergunta do BE
Ver Projecto de Resolução

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SRIJ assume a responsabilidade pelo bloqueio da Carbon Games

Recebemos, há poucos instantes por email, a confirmação oficial de que o bloqueio feito em Novembro à Carbon Games foi resultado de um pedido efectuado pelo SRIJ, Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos, e tudo não passou de um lapso.

Um lapso que, segundo os próprios, foi prontamente corrigido assim que foi detectado. Quase dois meses, foi o tempo que demorou a detectar um lapso destes. E se não tivesse sido a notícia que aqui divulgamos, provavelmente assim continuaria durante muito mais tempo.

Confirmamos que já foi reposto o normal funcionamento do www.carbongames.com durante a tarde de hoje.

Ficam ainda muitas perguntas no ar: como é que acontece um erro destes? Não há validações dos sites que são enviados para a lista negra? Como é que um site como o da Carbon Games foi parar a esta lista? Trata-se de um erro demasiado grave para passar despercebido com um pedido de desculpas.

Até ao momento, este organismo ainda não fez qualquer comentário público sobre o sucedido. Aguardamos mais informações por parte do SRIJ e vamos actualizando esta notícia assim que forem saindo mais detalhes. Acompanhem também os últimos desenvolvimentos no nosso Facebook.

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IGAC desmente iniciativa de bloqueio da Carbon Games

A IGAC, Inspecção Geral das Actividades Culturais, informou num artigo na sua página web que não tem qualquer relação com o bloqueio ao site da Carbon Games.

“A IGAC esclarece que não adotou, por iniciativa própria, ou no âmbito do memorando de entendimento celebrado para efeitos de bloqueio de sites ilegais, qualquer procedimento conducente ao bloqueio de um “site de jogos legais” designado www.carbongames.com , conforme tem sido noticiado.

Importa afirmar que a IGAC é a entidade de supervisão setorial, estritamente, para as situações onde ocorre a violação de direito de autor e direitos conexos em ambiente físico ou digital, existindo outras entidades de supervisão ou reguladoras que atuam nas respetivas áreas de
atividade, em função de legislação especial e critérios específicos que se inscrevem no âmbito das respetivas atribuições.

Os procedimentos adotados pela IGAC, neste domínio, são particularmente rigorosos e alvo de análise aturada e antecede sempre a determinação de qualquer bloqueio um pré aviso ao “dono” do sitio da internet onde, eventualmente, se observe a disponibilização pública de obras
protegidas, sem autorização dos titulares de direitos e, só após, se desenvolvem os procedimentos de análise e confirmação de ilícitos que eventualmente estejam em causa.

A situação em apreço não foi objeto de qualquer intervenção da IGAC, nem alguma vez constou de qualquer denúncia ou queixa por parte dos titulares de direitos ou seus representantes, ficando assim desmentida qualquer intervenção da IGAC na situação noticiada.”

As nossas últimas informações confirmam a versão do IGAC e do MAPiNET e remete a responsabilidade do bloqueio para o SRIJ, Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos, que terá pedido o bloqueio de 43 sites de apostas no final de Novembro, com o site da Carbon Games a constar nessa lista. Até ao momento, não tivemos qualquer declaração da parte do SRIJ.

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Carbon Games garante que não foi contactada por nenhuma Entidade Reguladora

A norte americana Carbon Games, vítima do bloqueio de dia 19, publicou há minutos no seu site um Comunicado sobre o bloqueio de foi alvo. Garantem que nunca foram alvos de nenhum aviso de nenhuma Entidade Reguladora portuguesa.

A Carbon Games defende uma internet aberta e Livre.

“A Carbon Games ficou hoje consternado ao saber que os acessos ao nosso domínio foi bloqueado a todos as pessoas, jogadores ou consumidores dos maiores ISP portugueses.”, escrevem. “Tudo isto aconteceu sem qualquer aviso legal das Entidades Reguladoras portuguesas. Por engano ou incompetência, um negócio normal com clientes pagos foi afectado por um programa exagerado de bloqueio a websites considerados ‘errados’. A Carbon Games defende uma internet aberta e Livre.

James Green, Director na Carbon Games, considera que o problema deverá ter sido uma anomalia no sistema automático. “Espero que isto sirva de exemplo porque é que sistemas automáticos para bloquear os acessos às pessoas pode ser tão perigoso.”, comenta. “É uma vergonha que Portugal esteja a descer a este nível e a seguir o exemplo de outros países que tentam restringir o que os seus cidadãos vêm online.”

No entanto, abordam a situação com algum humor: “Vamos oferecer a todos os que se liguem ao AirMech [jogo da Carbon Games] durante o dia de hoje com um Soccer Ball Pet [animal de estimação bola de futebol]. Somos todos fãs da Seleção Nacional de Futebol, por isso isto parece a coisa certa a fazer. Podem bloquear o nosso site, mas não bloqueiam o nosso amor pelo futebol.”

O comunicado pode ser lido na integra no seu site clicando aqui. No entanto, tendo em conta que o domínio se encontra bloqueado, caso não tenha acesso poderá ler aqui.

Continuaremos a acompanhar a situação com os últimos desenvolvimentos no nosso Facebook e no nosso site.

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MAPiNET descarta-se do bloqueio da Carbon Games

O MAPiNET, Movimento Cívico Anti-Pirataria na Internet, informou, em comunicado, que não tem qualquer ligação com o bloqueio detectado na passada-terça feira ao site Carbon Games.

O movimento afirma que “o website WWW.CARBONGAMES.COM não consta de nenhuma lista de pedidos de bloqueio de websites enviadas à IGAC – Inspeção Geral das Atividades Culturais no âmbito do Memorando de entendimento assinado em 30 de julho de 2015.”.

Continua desconhecido qual a entidade que terá sido responsável por este bloqueio e com que motivo. Uma possibilidade poderá vir do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ) do Turismo de Portugal, no entanto ainda estamos a aguardar mais desenvolvimentos.

Continuaremos a acompanhar esta situação em tempo real no nosso Facebook e pelo nosso site.

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Foi bloqueado o primeiro site legitimo em Portugal!

Actualização (21/01) – 19h40 – A SRIJ veio confirmar que foi a causadora do bloqueio e garante que o mesmo se trata de um erro… Ainda há muitas perguntas no ar…

Foi bloqueado o primeiro site legitimo em Portugal. A Carbon Games, uma empresa norte-americana de desenvolvimento de videojogos, viu o seu site bloqueado pelas várias operadoras na sequência de um pedido da Entidade Reguladora, sem qualquer motivo aparente.

Há cerca de duas semanas, no Ahoy!, implementamos um sistema de monitorização activa de sites bloqueados, de maneira a termos a possibilidade de rapidamente desbloquearmos esses novos sites. Na passada Segunda-Feira o primeiro alarme soou: Um novo site tinha sido detectado, sendo ele o www.carbongames.com. Inicialmente pensávamos que se tratava de um falso positivo visto que o site abria bem na nossa ligação, no entanto seria a primeira vez que tal aconteceu. Há poucas horas, o alarme voltou a soar para o mesmo site. Desta vez, já conseguimos confirmar que o site estava efectivamente bloqueado.

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Segundo o famoso acórdão entre a IGAC e várias entidades (privadas) de “protecção” de direitos de autor, para um site ser bloqueado terá que ter, pelo menos, 500 conteúdos ilegais, ou dois terços do repositório com obras piratas. A pergunta aqui é, como é que um site de uma empresa que produz conteúdo que deveria ser defendido por estas associações, se encaixa neste critério? É simples. Não se encaixa.

Como é que este tipo de bloqueios são feitos nas costas, sem termos direito a nenhum tipo de justificação oficial, sem termos direito a contestarmos esse bloqueio? Como é que estes bloqueios são feitos sem intervenção de um tribunal, que, no mínimo, verifique que esses “critérios” estão a ser cumpridos? Mas afinal, não vivemos num Estado de Direito?

Tivemos confirmação de que o site se encontra bloqueado na NOS, MEO e Vodafone. No entanto, há aqui um pormenor “engraçado”. É que o bloqueio apenas foi feito para o www.carbongames.com, estando o carbongames.com a funcionar correctamente.

Da nossa parte, vamos continuar a acompanhar esta situação e iremos pedir esclarecimentos à IGAC e à MAPiNET no sentido de entender o motivo desde ataque à nossa Liberdade. Sigam-nos no Facebook para acompanharem as novidades deste caso em tempo real.

Actualização (20/01, 16h) – A MAPiNET informa, em comunicado, que não sabe de nada relativamente ao bloqueio deste site. Continuaremos a nossa investigação no sentido de apurar de onde virá este bloqueio.

Actualização (20/01, 22h40) – A Carbon Games lançou um Comunicado de Impressa onde afirma que nunca foram avisados sobre o bloqueio. Conseguimos também confirmar que o bloqueio teve origem na SRIJ – Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos – e terá sido pedido à cerca de um mês.

Actualização (21/01, 16h30) – O IGAC desmente qualquer ligação ao bloqueio efectuado. 

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IGAC manda bloquear mais 50 sites, número total sobe para 183

A Inspecção Geral das Actividades Culturais (IGAC) enviou aos operadores de telecomunicações uma nova lista de sites a serem bloqueados. Sobe assim para quase duas centenas o número de sites bloqueados em apenas quatro meses.

Depois de os operadores de telecomunicações cumprirem a sua parte do acordo, o número de sites com conteúdos ilegais bloqueados em Portugal vai subir para 183. O valor ‘engorda’ consideravelmente depois da última lista do IGAC contemplar 50 novas páginas online. Curiosamente, este número vem comprovar que o nosso sistema de monitorização activa de sites bloqueados está a funcionar correctamente, onde já temos 189 sites na lista do Ahoy!.

Em comunicado o IGAC informa que os sites agora referenciados disponibilizavam ou distribuíam “obras protegidas ao público sem autorização dos legítimos detentores de direitos, nesses domínios e subdomínios a links e ou hiperligações”. A entidade estatal faz assim valor o Memorando de Entendimento assinado em 2015 entre várias entidades e cujo documento nunca foi divulgado na integra por nenhuma das entidades envolvidas.

Desta vez, o IGAC não divulgou qualquer lista a vangloriar-se dos resultados desta campanha pouco transparente de censura online. O que é pena, visto que nos facilitava bastante o trabalho a identificar quais os sites que precisam de ser desbloqueados.

Os quase duzentos sites bloqueados ou em vias de bloqueio foram identificados no espaço de quatro meses. Para os desbloquear, recomendamos a utilização do Ahoy!, que permite aceder a uma internet livre de censura.

“Estas ações, juntamente com o combate à violação de direito de autor e direitos conexos, em ambiente físico, enquadram-se na estratégia de proteção do direito de autor e dos direitos conexos em ambiente digital e no reforço da sensibilização dos utilizadores para esta matéria”, salienta o IGAC.

No final de 2015 o Movimento Cívico Anti-Pirataria (MAPiNET), uma das entidades que assinou o memorando de entendimento e uma das que mais tem lutado contra a pirataria de conteúdos em Portugal, mostrava-se satisfeita com a aplicação do acordo.

Quanto a nós, estamos a tratar de pedir um esclarecimento oficial à IGAC para entender como é que um organismo público colabora com os interesses de vários organismos e associações privadas que defendem única e exclusivamente os seus direitos e dos seus associado. Uma colaboração que é feita da maneira obscura, escondida do público e das pessoas.

Fonte: SAPO Tek

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Fundador do The Pirate Bay cria máquina para criar prejuízos à industria musical

O co-fundador do The Pirate Bay, Peter Sunde, recentemente libertado da prisão e que cumprir sentença na Suécia, criou a derradeira máquina para causar prejuízos à indústria musical.

Peter Sunde podia ter aprendido a lição e ter ficado quieto. Mas não. Fez precisamente o oposto, continuou a investir naquilo que acreditava.

Depois de ter sido acusado de vários milhões de danos às indústrias da música e do cinema, Peter Sunde criou a máquina que vai dar muitas dores de cabeça a muita gente nestas industrias.

Para isso, precisou apenas de um Rasphberry PI, um monitor LCD e escrever algum código em Python. E assim nasceu a Kopimashin.

Mas o que é que esta máquina faz?

Este pequeno dispositivo basicamente faz cópias indeterminadamente. No seu processo em Tribunal, muitas vezes foram aquelas a que os seus acusadores alegaram o preço das “cópias” que foram feitas pelo The Pirate Bay. E nunca foram capazes de justificar, realmente, esse preço.

Por isso, o co-fundador do The Pirate Bay criou o Kopimashin que faz cópias de músicas e depois as envia para /dev/null/. Este /dev/null/ é um “directório especial” em ambientes Linux que, na realidade, quer dizer “nada”. Ou seja, depois do dispositivo fazer a cópia da música, ele apaga-a automaticamente. E volta a fazer isto tudo outra vez. Dezenas de vezes. Centenas, milhares de vezes!

O dispositivo que Peter Sunde tem em casa está a fazer o download da música Crazy de Granis Barkey, e por dia causa à indústria musical perdas no valor de 10 milhões de dólares. Isto por dia e só num dispositivo.

O que Peter Sunde quer mostrar é que a acusação dele pelas “perdas” das indústrias não são reais. E como quer levar isto até ao limite, já se “candidatou” ao Livro do Guiness com a sua invenção.

Aqui fica o vídeo de demonstração deste máquina para “chatear” muita gente:

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Google e a Privacidade: Entrevista a Stephan Micklitz

Stephan Micklitz, diretor de engenharia da equipa de Identidade, Privacidade e Segurança da Google Europa, aceitou falar com a revista Visão sobre as questões de privacidade da gigante das pesquisas. O engenheiro quer melhorar a imagem do gigante tecnológico no que toca ao respeito pela intimidade dos utilizadores dos serviços da empresa. Segue-se a transcrição da entrevista.

O que fez, neste cargo, pelo aumento da privacidade e segurança ?

O que fizemos já foi reunir, num só lugar, todas as controlos relativos à privacidade e segurança de uma conta Google, para que seja mais fácil para o utilizador. Foi a primeira vez que fizemos isto, e acho que foi um grande passo. Pusemos mais texto explicativo e tentamos simplificá-lo. Criamos uma página chamada privacy.gooogle.com onde tentamos responder às perguntas mais frequentes [FAQ]. Temos a certeza que hoje os utilizadores perceberem os controlos. Verificámos e testámos isso. Também passámos a distinguir entre estar dentro e fora da nossa conta Google, no que respeita à informação que recolhemos.

Antes de falarmos em privacidade, deveríamos definir o que é, hoje, a individualidade? É o seu próprio nome? O seu IP? O meu Gmail tem o meu nome… Como é que a Google pode dizer que não está a reunir dados pessoais?

Vou tentar responder. O que constitui a sua identidade Google é a sua conta Google. Pode ser o seu Gmail, o seu telefone, o seu identificador único. Isto é necessário, com a sua palavra-chave, para que possa ser autenticado. Nós permitimos às pessoas que usem pseudónimo. Pedimos alguns dados, mas não o seu nome verdadeiro. Nem controlamos isso a não ser que o nome do próprio Gmail seja ofensivo ou muito curto…

Acha que o conceito de metadados ainda é um conceito cientificamente válido? Ou devíamos falar só de dados?

Qual é a sua definição de metadados?

Dados sobre dados. Grandes quantidades de dados anonimizados.

Acho que é um conceito muito válido. Porque é que você acharia o contrário?

Porque uma equipa do MIT pegou nos metadados de uma operadora móvel, comparou-os com bases públicas e identificou 80% dos utentes com base em apenas dois pontos de geolocalização.

Há ai vários aspetos. Há muita pesquisa a ser feita nessa área, nomeadamente a de saber quando é que podemos mesmo provar essa ligação. Há muitas bases de dados agregadas [agregated data sets] num estado em que nenhuma ligação pode ser feita entre os metadados e os indivíduos.

Isso tornaria a informação quase inútil…

Não necessariamente. Essas bases podem ser usadas para gerir o tráfego automóvel sem se saber quem são as pessoas.

Talvez. Não sei se se lembra dos ataques da maratona de Boston. Eles foram feitos com recurso a mochilas, panela de pressão e explosivos. Passadas umas horas, um determinado IP, em que o pai tinha comprado uma mochila, a mãe uma panela de pressão e o filho lido notícias sobre os ataques, foi visitada pelas autoridades… Com recurso a metadados desanonimizados: a dados.

Penso que esses são exemplos nos quais temos de pensar muito bem. Que relações podemos e não podemos fazer? O que nós estamos a tentar fazer ao usar e armazenar bases de dados anonimizadas é encontrar o melhor equilíbrio possível. Por exemplo você tem controlo total sobre o que escreve nas suas contas Google…

Nunca tivemos nada disso [backdoors]. Já desmentimos. Só damos informação se houver uma ordem judicial.

Tem a certeza? Eu apago meus emails? Ou apenas os escondo de mim? A Google tem que ter múltiplos “backups” (memórias de armazenamento).

São apagados, tenho a certeza. Mas o primeiro passo é que não apareçam ao vivo. Existem backups, são necessários. Mas os emails serão destruídos.

Como sabe, há muita gente que afirma que nada na internet é apagável.

Não. O apagamento é possível. Mas, dado o número de backups, demora alguns dias.

Dias?

Dias. Não é instantâneo. A informação não está num único disco. Mas temos uma equipa para garantir o apagamento.

O general Keith Alexander (ex-director da NSA), Sergey Brin (cofundador da Google) e Eric Schimdt (ex-CEO da Google) reuniam com regularidade. Esta cooperação continua?

Não tenho conhecimento disso, nem sou sou a pessoa certa para responder a essa pergunta. Não sei como responder.

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Ok. Cito uma frase de Keith Alexander ao Congresso no ano passado: «Já matámos gente com base em metadados».

Certamente, os metadados, podem ser usados de forma errada. Há sempre bons usos e maus usos. O que estamos é a tentar garantir é que apenas o utilizador tenha acesso aos seus dados que os possa apagar, mudar, usar como quiser…

Ainda bem. Mas não teve a Google portas secretas (backdoors) propositadamente abertas à NSA?

Nunca tivemos nada disso. Já desmentimos. Só damos informação se houver uma ordem judicial.

A Google armazena informação que, segundo a lei europeia e portuguesa, é pessoal e sensível. Sob que legislação está? Quem pode aceder a essa informação sem a autorização de um tribunal português?

Bem, eu não sou um perito legal, nem há nenhum nesta sala [de chat].

O Portal de Saúde português estava ‘tecnicamente acessível à Google’, através da vossa ferramenta de Analytics, que está protegida por propriedade intelectual: não se sabe o que faz… [silêncio]

Não me percebeu?

Percebi, sim. Quanto ao Analytics temos tido longas conversas com a Comissão de Proteção de Dados alemã, e com outras. Na Alemanha, o operador da página está obrigado a revelar ao utilizador que usa essa ferramenta. Mas ele também pode ler sobre as nossas práticas no que respeita a esse programa [que gere o tráfego do site, informando o dono dos IP’s de quem o visita, pelo menos] isso transformou-se num acordo que o utilizador pode ler. Eu posso enviar-lho.

Abriram o software às autoridades alemãs?

Não se limita a um país, são soluções para todo o mundo.

Mas deram conhecimento dos vossos códigos às autoridades alemãs?

Não tenho a certeza do que me está a perguntar. Descrevemos em documentos escritos como é que estas ferramentas trabalham e chegamos a acordos sobre quais são os níveis certos de proteção.

A pergunta é: os vossos código-fonte estão acessíveis às autoridades?

Não vou responder a essa pergunta diretamente, porque ela não é a pergunta-chave. A pergunta chave é: como é que a ferramenta funciona e o que faz…

A informação guarda-se encriptada. Isso garante que ninguém além das pessoas que tenham acesso a uma chave possa ter acesso.

Sim, mas isso deve ser verificado.

Pode verificar-se isso através de vários mecanismos. O código-fonte é só um deles.

A Google têm alguma autorização da Comissão Nacional de Dados portuguesa?

Está a fazer uma pergunta jurídica a um engenheiro…

Pode alguém da Google ter acesso ao meu Gmail sem eu saber? Não está assim escrito nos termos de serviço.

A pergunta é como é que nós armazenamos a informação, como é que temos a certeza de que ela só é acedida de uma forma legal? Temos múltiplas formas. A informação guarda-se encriptada. Isso garante que ninguém além das pessoas que tenham acesso a uma chave possa ter acesso. Claro que o utilizador tem essa chave, que usa para se autenticar e ter acesso à sua informação, que é sua. Podemos receber pedidos judiciais e, se verificarmos que são legítimos, então damos acesso. Mas publicitamo-lo no nosso relatório de transparência.

Quantos gigabytes de informação tem a Google armazenados sobre mim?

Essa é uma pergunta que não pode ser respondida assim. Cada conta é uma conta. Algumas não têm nada, outras muito…

Então diga-me um valor médio.

Mesmo que lhe desse um número, não teria significado. Há um enorme leque de contas.

Acha que bisbilhotar de forma eletrónica é diferente de bisbilhotar?

Defina-me bisbilhotar (snooping).

Quero que me diga se acha a espionagem eletrónica a busca automática de palavras, diferente da humana.

São diferentes. Hoje sem a deteção inteligente de spam [lixo digital], os emails não funcionariam: teríamos de pensar num sistema diferente. É o spam, aliás, uma das principais razões para usarmos algoritmos inteligentes. É claro que existem coisas que um utilizador poderia fazer mas que uma máquina faz muito melhor. Temos um algoritmo claro que se vai aplicar a toda a gente, sem que estejamos a olhar para as pessoas. Não estamos a olhar para as pessoas, quando muito talvez para o remetente. Mas isso é a máquina que faz. Bem diferente de um humano com técnicas específicas.

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Então porque é que o mesmo não se passa com o algoritmo do motor de busca ? Ele não dá os mesmos resultados a toda a gente.

Sim e não. Faça uma busca em modo incógnito e compare. Pode haver diferenças, mas são mínimas. Outras verificam-se num tempo muito curto que tem a ver com as buscas que fez imediatamente antes. A palavra Golf é o nome de um desporto e também de um carro. Ora se a máquina já percebeu que procura um carro, mostra-lhe primeiro o carro. E isso é valioso para as pessoas. E o resultado de uma busca, se for bom para a maioria, normalmente também é bom para si. Por isso é que as mudanças com base na personalização são relativamente menores.

Está a falar-me de produtos. E se eu lhe falar de política? Se eu tiver feito uma pesquisa sobre Bernie Sanders e uma amiga minha a fizer por Donald Trump? E se a seguir ambos perguntarmos ao próprio motor de pesquisa: «Em quem é que eu vou votar?» Teremos os mesmos resultados?

Compreendo completamente porque é que me faz essa pergunta. Por isso é que há dados que não analisamos: Saúde, dados sensíveis, não analisamos, nem personalizamos.

E a posição política de cada um é uma delas?

Desafio-o a tentar. Penso que sim.

Pensa?

Tenho quase a certeza. Não sou eu quem trabalha essa área.

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